domingo, 30 de março de 2014

Crabapple – “Café em partes iguais, sentimentos e pop”

Coluna do Nandolfo

Crabapple - Sean, Sandra, Christine e Jenna - Foto retirada do facebook da banda

Depois de muito tempo sem postar aqui no blog, consegui parar um pouco e escrever sobre essa banda que tenho ouvido muito ultimamente. Escrever sobre bandas é quase terapêutico pra quem gosta de música. E escrever sobre a Crabapple é um prazer enorme, porque ela faz parte de uma cena que mesmo eu não vivenciando, me aproximou demais de um punk, digamos, mais afirmativo.

Onde as coisas parecem ser vividas e não apenas escritas no encarte do disco. E é muito bom pensar que há coisas assim acontecendo e isso com certeza influencia na música, porque a quantidade de bandas boas que nascem desse meio é enorme. Sim, é difícil falar de algo que não vivemos, então eu me baseio no que sinto quando leio sobre, escuto as bandas, vejo vídeos de shows e principalmente quando leio a opinião de quem participa.

É nesse contexto e nesse clima que falo da Crabapple, uma banda da Bay Area e San José, California.
Formada em 2011, ela é composta por pessoas da Joyride!, Sourpath, No babies e Dear Marje
(só coisa linda, não tinha como não ser no mínimo muito bom). O som segue a linha pop punk,
às vezes com aquela energia que o pop punk carrega (na música "By your side"), às vezes mais lento que acompanha o vocal mais suave (a música "Is it you?" é perfeita pra ouvir isso).

Eu particularmente gosto muito de como o baixo entra nessa história, dita o ritmo de um jeito marcante. E o clima fim de tarde está ali, como a banda mesmo sugere, uma reunião entre amigs numa tarde de verão.
Você consegue perceber tudo isso na nova demo dels lançada no mês passado. Ouça aqui! A gravação saiu em k7, então se quiser o material físico é só escrever pra banda, rola de entregar por aqui.

Crabapple - Jenna e Sandra - Foto retirada do facebook da banda

Escrevi pra els pra tirar algumas dúvidas sobre a banda e acabei comentando sobre essa coisa de cena empoderadora, se els realmente sentem isso quando tocam ou apenas participam do que está rolando por lá. Como de costume, a simpatia das bandas amadas foi enorme:

Christine Tupou : "Eu sinto que você recebe o que você coloca, não só no punk, mas em coisas mais importantes na vida. Eu diria que a cena que nós fazemos parte, a nível local e nacional, é pessoalmente empoderadora porque eu sinto que tenho o apoio para ser eu mesma. Qualquer que sejam as falhas ou fraquezas, eu sinto que são mais fáceis de trabalhar através de uma cena em que tods nós apoiamos o crescimento de cada umx".

Sean Nieves: "Coisas como alienação e trauma parecem atrair as pessoas ao punk, em primeiro lugar, como jovens procurando um espaço para existir e crescer. No entanto, é tão fácil por existirem estruturas e dinâmicas de opressão que punks busquem escapar, em primeiro lugar, para aqueles que ainda existem na nossa comunidade. Isto é tão importante, para a nossa sobrevivência e para o nosso bem estar, criar um espaço para nós mesms e para proteger este espaço desafiador, não só externamente, mas também internamente e desaprendendo comportamentos insalubres e atitudes dentro de nós mesms".

Sandra Alayon: "Eu acho que foi muito importante para nós criar espaços para nós mesms e outras pessoas marginalizadas. Nossa música não é explicitamente política, mas tentamos participar de uma comunidade inclusiva e incentivar outras pessoas a ouvir música ou estar envolvidx de outras maneiras. Nós tods compartilhamos muito dos mesmos interesses, mas também somos muito diferentes em alguns aspectos e eu acho que isso é o que nos dá a nossa força. As novas experiências e lições que aprendemos umxs com xs outrxs criam essa comunidade que queremos fazer parte."

E ainda tiraram uma dúvida minha. Crabapple é realmente a fruta!

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