sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como foi o show do RVIVR no Rock Together (SP)


Todas as fotos por Ana Laura Leardini

Senti o corpo quente e vivo. A sensação de falta de ar já passou. O som muito alto, a banda tocando de um jeito visceral - afinal, são três anos sem nos vermos - e os sorrisos entre a banda, o público e o público e a banda foi bonito de ver. Sabe, aquela compreensão cheia de carinho? Foi assim. Por quase duas horas falamos a mesma língua, dançamos juntes e fomos catárticas. O show acabou e ainda deu tempo de pegar o metrô, então as pessoas que fizeram bate volta só pra ver o show (como eu) conseguiram sair sem correria. Ainda bem.

Ao meu lado e atrás de mim tinham várias minas dançando e cantando, e isso em São Paulo você sabe que não é algo que vemos todos os dias, e isso só tem a ver com a postura da banda. Quando a Erica falou que o show do RVIVR é para ser para tods se divertirem (ela pediu para uma pessoa falar isso em português), a reação dos caras - de onde pude ver - foi ok. Bem diferente daquela lá de 2012, quando muitos caras ficaram desmaiados porque pela primeira vez ouviram de uma banda que ela não queria um espaço de violência e que queria as "meninas para frente". 

A cada acorde de um som mais antigo, como "Cut the Cord" e "Grandma" uma explosão de todo mundo cantando junto acontecia. Em uníssono, com movimento e muita paixão. Era isso que o RVIVR veio fazer e isso que todo mundo deu: empolgação, tesão, vontade e diversão. O Kevin não parava de socar a bateria, e as vezes ainda olhava pra frente e dava um sorriso bem satisfeito. 

O ar ficou pesado, o suor desceu e a cada pulo/pogo, eu sentia que a calça estava grudada para sempre em mim. As lembranças dos shows de 2012, dos amigos, das pessoas que ainda não tinham tretado e de tudo daquele ano afloraram, aí tive que dançar aquilo tudo para fazer novas lembranças.


 


O Rock Together é um estúdio bem pequeno, o palco muito baixo e todo mundo ficou assim, bem vermelho, bem junto, como é comum nos shows da banda. Dava gosto de ver o Matt tocando e dos solos malucos, as aceleradas que ele dava na música sem a gente esperar. A baixista que está acompanhando a banda na turnê Sul Americana, Sue Werner, com muita simpatia curtiu o show, desceu do palquinho, vibrou a cada nota, cantou junto e deixou o show mais animado. Ela toca também no War on Women.  A Erica foi a Erica, a mesma simpatia, simplicidade, virtuosidade e vontade de sempre. A real fucking diva. 





É sempre bom ver o RVIVR tocar. Desta vez o que mais me marcou foi a comunicação visual dels, que é tão cheia de sentimento e que deixa as músicas ainda mais intensas. A troca de olhares o "espera" antes da música começar, os sorrisos, a alegria deles. O sentimento está lá na sua cara pulsando e suando e o que me restou fazer foi me acabar no show que acho que vai ser o melhor do meu ano.

O show foi.. "Its just something that I cant explain". Por que muita coisa fica mesmo é por dentro, mexendo com as tuas lembranças daquele dia que a coisa (a única) que te deixou feliz foi ouvir RVIVR porque o que eles falam faz sentido na tua vivência. Porque a cada música gritada no show você explodia e voltava, revivendo sentimentos e pessoas que "have to go and that's ok"; que te deram motivos para gritar toda a letra de "Real Mean" porque você tentou demais; porque você precisa ser a enxurrada de chuva que vai mudar a sua própria vida; porque a música é tão forte e você não consegue controlar os músculos; porque a única coisa que você pode fazer é ser você mesma, independente do que as amigas, família, conhecids esperam de você; porque você termina o show com um sorriso mais alegre de todos e suas amigas reparam. 

O show foi isso mas também foi aquele entendimento incomodo de que "como você consegue passar tanto tempo da sua vida fazendo coisas que você não gosta e não acredita mas que são necessárias para a sua sobrevivência". Talvez o que falte seja só coragem. 


 É sempre incrível revivere e lembrar quem a gente é, e esquecer o que as pessoas falam que nós somos. Depois disso, só fica a certeza de "we don't wanna get good at goodbyes" porque "i've seen how the flowers grown you light". 

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O primeiro show do RVIVR da turnê 2015 foi quinta-feira, dia 4, no estúdio Rock Together em São Paulo. Veja a lista completa dos shows.

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